segunda-feira, 3 de junho de 2013

Metrô irá direto de São Cristóvão à Central

19/06/2007 - O Globo

A concessionária que opera o metrô do Rio detalhou ontem um projeto que deverá pôr fim à superlotação dos trens da Linha 2, além de diminuir o intervalo entre as composições nas linhas 1 e 2. Orçada em US$ 400 milhões (cerca de R$ 760 milhões), a ligação da estação de São Cristóvão diretamente à Central eliminará a conexão no Estácio e será custeada pela própria concessionária, sem investimento do estado.

Tão logo saia a aprovação do governo, que sugeriu o projeto, terão início as obras, com conclusão prevista para dezembro de 2009.

Número de passageiros em dias úteis deve dobrar A nova linha, de superfície, terá uma nova estação em frente à prefeitura, com uma passarela sobre a Avenida Presidente Vargas, e evitará que os passageiros da Linha 2 tenham que ir até a Estação Estácio para alcançar a Linha 1.

O investimento prevê a compra de 108 novos carros, num plano que promete fazer cair pela metade o tempo de espera nas estações mais movimentadas.

No trecho mais usado, entre Central e Botafogo, o intervalo diminuirá de quatro minutos e meio para dois minutos.

Na Linha 2, o intervalo será de quatro minutos.

Com o investimento, o maior já realizado pela concessionária metrô Rio desde a privatização da rede, há dez anos, esperasse que o volume de passageiros passe de 550 mil nos dias úteis para 1,1 milhão.

— O tipo de concessão que hoje temos não prevê que façamos investimentos. A metrô Rio nunca fez obra similar. Vai ser uma mudança na maneira como operamos — diz Joubert Flores, diretor de Relações Institucionais da concessionária.

Ainda segundo Flores, com a mudança, só será possível chegar à Estação Estácio pela Linha 1. Mas a estrutura da conexão entre as duas linhas existente ali será mantida e poderá vir a ser usada em dias de menor movimento.

Atualmente os trens já chegam lotados ao Estácio, o que dificulta o embarque de passageiros. Com o novo trecho, batizado de Linha 1-A, o deslocamento entre a Pavuna e a Linha 1 será encurtado em cinco minutos.

O diretor da metrô Rio destaca que o antigo projeto de ligação do Estácio ao Largo da Carioca, como maneira de usar a subaproveitada estação do Centro na conexão, não deve ser descartado. A solução que a concessionária está anunciando, alerta, é provisória: — O trecho Carioca-Estácio precisará ser feito daqui a alguns anos, com o aumento da demanda de passageiros. Agora o estado não tem dinheiro para isso. Eles nos propuseram a ligação São CristóvãoCentral e nós aceitamos. Mas não é a solução definitiva. A concessionária informou que não haverá aumento de tarifa por conta da obra e que os recursos já estão disponíveis.

Os detalhes do projeto foram apresentados durante o seminário “Rio de Janeiro, um estado de logística: o futuro nos trilhos”, realizado ontem na sede da Firjan. Além dos planos da concessionária metrô Rio, foram mostradas as futuras integrações entre trens e ônibus na Baixada Fluminense, num total de 20 novas linhas; o projeto de cobertura dos acessos às estações da Supervia; e mais detalhes do trem-bala que ligará o Rio a São Paulo.

Operação de bondes deverá ser privatizada O secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, anunciou a criação de um novo terminal rodoviário no Km 0 da Via Dutra, com conexão de ônibus até o metrô. Ele falou ainda sobre a reativação da linha de trem Santa CruzItaguaí e detalhou a concessão à SuperVia do ramal de Guapimirim, hoje em condições precárias.

Lopes prometeu privatizar a operação dos bondes de Santa Teresa e disse que a venda de terrenos ociosos desde a privatização dos sistemas de trens e metrô renderá ao estado R$ 400 milhões.

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