quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Moradores serão ouvidos sobre projeto básico da Linha 5 (Gávea-Carioca) do metrô, diz Estado

Estudo prevê análise de três alternativas de traçado, entre elas túnel passando por baixo do Jockey

POR ISABELA BASTOS

18/11/2014 - O Globo


A Praça Santos Dumont, na Gávea, deverá ser o ponto de partida da escavação da Linha 5 do metrô rumo ao Centro da cidade - Marcelo Carnaval / Agência O Globo

RIO - O detalhamento do projeto básico da Linha 5 (Gávea-Carioca) do metrô terá uma série de audiências públicas de apresentação e discussão da proposta com moradores dos bairros atravessados pelo traçado. As reuniões estão previstas para acontecer no ano que vem, durante os oito meses de elaboração do projeto, que inclui a confecção do Estudo e do Relatório de Impacto Ambiental (Eia-Rima) da obra. Segundo o subsecretário de Projetos Especiais da Secretaria de Estado da Casa Civil, Rodrigo Vieira, durante o detalhamento, serão analisadas três opções de traçado entre a Gávea e a Carioca, com variações de localização dos túneis e das estações.
 
Como O GLOBO mostrou nesta terça-feira, a opção que tem a preferência dos técnicos da Rio Trilhos, que fizeram o projeto conceitual da Linha 5, passa pelo subsolo das ruas Jardim Botânico, Humaitá e parte da São Clemente, de onde o túnel seguiria sob o maciço rochoso do Morro Dona Marta, passando por baixo dos bairros de Laranjeiras e Santa Teresa, chegando ao Centro. Mas há outras opções, que levam em conta a possibilidade de os túneis cortarem o bairro do Jardim Botânico passando sob o maciço da Tijuca ou passando por baixo de um trecho do gramado do Jockey e, depois, pelo eixo da Avenida Lineu de Paula Machado, antes de chegar aos demais bairros. Cada variante, diz Vieira, poderá determinar mudanças nos pontos das estações.

Cinco consórcios, com 21 empresas projetistas e de consultoria ambiental de quatro países participaram da habilitação técnica da licitação. Três foram habilitados pelo estado para seguir na concorrência, mas um dos consórcios perdedores apresentou recurso. Nesta terça, o governo abriu os envelopes com as propostas técnicas do trabalho feitas pelos quatro consórcios. A expectativa é que a análise das propostas consuma dois meses, quando então serão abertas as propostas financeiras do serviço, orçado inicialmente em R$ 35 milhões, chegando finalmente ao nome do consórcio vencedor.

— É uma concorrência que reúne técnica e preço. As propostas técnicas e financeiras vão receber notas. O vencedor vai fazer o projeto básico e o Eia-Rima da linha. É um projeto robusto que inclui os estudos de engenharia, demanda de passageiros, material rodante, impacto ambiental e social, sinalização da linha, geologia, geotecnia e especificações de trens, entre outros. As audiências públicas são parte do licenciamento ambiental. Só para se ter uma ideia, na Linha 4, o projeto básico analisou 36 alternativas de traçado só na Zona Sul — explicou Vieira.

O subsecretário acrescentou que o estudo poderá confirmar ou não o traçado pretendido pelo governo e apresentar alternativas para os túneis e a localização das estações e seus acessos. Vieira disse ainda que, no caso específico da estação Jardim Botânico, será analisada, por exemplo, a conveniência de seu acesso nos jardins do Hospital da Lagoa. Essa é uma das sete opções apontadas no estudo conceitual da linha, e a preferida dos técnicos, mas não é bem aceita pela associação de moradores do bairro, que questiona o fato de a área ser tombada. O hospital é um projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, e os jardins foram desenhados por Roberto Burle Marx.

— Vamos analisar, dentro do estudo, as condições do tombamento e avaliar. A associação defende, por exemplo, um terreno de uma construtora que fica próximo. Mas isso (a decisão do local) é algo que só poderá ser decidido durante a elaboração do projeto básico — afirma Vieira.

Sobre a perfuração da linha começar pelo subsolo da Praça Santos Dumont, na Gávea, o subsecretário explicou que a opção será estudada levando em conta o traçado que o túnel da Linha 5 poderá ter entre as estações Gávea e Jockey. Será analisada ainda a necessidade de espaço para a montagem do tatuzão. A perfuratriz tem 120 metros de comprimento, mas necessita de áreas extras para colocação das peças de concreto que compõem os túneis e outros materiais usados nas perfurações.

— A praça é um ponto conhecido (no projeto). Todas as opções de traçado (entre a Carioca e o Jockey) se conectam a partir dali com a estação Gávea. Mas a posição do poço de perfuração terá a localização exata apontada no estudo, uma vez que o túnel entre Gávea e Jockey poderá ser aberto pelo subsolo da Rua dos Oitis ou pela Avenida Marquês de São Vicente. Dependendo do traçado escolhido, a posição da estação no subsolo do Jockey muda. De qualquer forma teremos interferência temporária ali sim. E ela será recomposta depois das obras — diz Vieira.

O projeto da Linha 5 irá, ainda segundo Vieira, detalhar como seria feita a estação Santa Teresa e a eventual necessidade de uso de elevadores ou escadas rolantes e fixas para que os passageiros possam acessar a estação a partir do Largo dos Guimarães. O estudo irá especificar também uma nova plataforma a ser construída ao lado da atual estação Carioca, para receber os trens vindos da Gávea. De acordo com o subsecretário, a plataforma já existente na Carioca, escavada nos anos 70 e localizada abaixo da estação atual, não poderia ser usada porque está destinada a receber os trens da expansão da Linha 2, entre Estácio e Praça Quinze. A posição dessa estação, diz Vieira, terá que levar em consideração ainda a possibilidade de o estado, no futuro, decidir fazer expansões do metrô rumo à Zona Portuária e à Praça da Cruz Vermelha.

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— O estudo terá que apontar qual a melhor posição dessa nova plataforma, de forma a viabilizar essas expansões no futuro — acrescentou.

O governador Luiz Fernando Pezão confirmou, na manhã desta terça-feira, que pretende utilizar o tatuzão na abertura de outras linhas de metrô no Rio, ao final das obras da Linha 4, previstas para o primeiro semestre de 2016. Para isso, além do projeto básico da Linha 5, que já está sendo licitado pela Casa Civil, a Secretaria de Estado de Transportes já elabora os termos de referência que irão sustentar as licitações para os projetos básicos de outros três trechos metroviários: Uruguai-Méier (Engenhão), Carioca-Estácio e Jardim Oceânico-Alvorada-Recreio dos Bandeirantes. O mais adiantado é o Gávea-Carioca. Mas o eventual avanço dos demais projetos ao longo de 2015 poderá fazer com o que o estado decida usar o tatuzão primeiro em outra linha.

— Eu vi a dificuldade que foi fazer os projetos básico e executivo, licenciamento ambiental e desapropriação da Linha 4. Então eu quero vencer essas etapas. Hoje (terça), com a abertura dos envelopes (da Linha 5), estamos sinalizando o que queremos do governo, que é ter os projetos, o licenciamento e os custos das obras (de expansão do metrô) prontos. O tatuzão vai termimar o seu trabalho na linha 4 em 2016. Quero muito fazer essa linha (Gávea-Carioca). Mas também quero fazer as outras. De repente podemos dar prioridade a uma linha ou outra. Mas tenho que ter o projeto e o licenciamento de todas, porque aí é um avanço significativo. Posso então colocar o São Pidão debaixo do braço e pedir (recursos) para a presidenta Dilma, o prefeito Eduardo Paes, todo mundo. O estado sozinho não tem condições de fazer — disse o governador, que anunciou que pretende iniciar as obras da Linha 3 (Niterói-São Gonaçalo) do metrô até abril de 2015.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/moradores-serao-ouvidos-sobre-projeto-basico-da-linha-5-gavea-carioca-do-metro-diz-estado-14595963#ixzz3JW7himqj 
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terça-feira, 18 de novembro de 2014

Estudo preliminar para trecho Gávea-Carioca prevê 7 estações, uma delas em Santa Teresa

18/11/2014 - O Globo

Nesta terça serão abertos os envelopes com as habilitações técnicas das três construtoras que participam da concorrência

POR ISABELA BASTOS

A Rua Jardim Botânico: estudo prevê que túnel da futura Linha 5 do metrô passará sob a via - Marcelo Carnaval

RIO - A futura Linha 5 do metrô (Gávea-Carioca) — com dez quilômetros de extensão e sete estações, passando por Jockey, Jardim Botânico, Humaitá, Laranjeiras e Santa Teresa — poderá ser escavada pelo tatuzão a partir da Praça Santos Dumont, na Gávea. Um estudo preliminar elaborado pelo governo do estado propõe que a praça seja um dos principais canteiros das obras da expansão. Ali, o tatuzão, usado hoje na Linha 4 (Barra-Ipanema), seria remontado, dando início à perfuração dos túneis rumo ao Centro. A praça também teria uma estação em seu subsolo. Feito no ano passado, o estudo norteará a licitação do projeto básico da linha, já em andamento pela Secretaria estadual da Casa Civil. Nesta terça-feira serão abertos os envelopes com as habilitações técnicas das três construtoras que participam da concorrência, orçada em R$ 35 milhões.

Elas ainda terão que apresentar as propostas financeiras, numa etapa do processo que ainda será marcada. O vencedor terá oito meses para fazer o detalhamento do projeto básico, que deverá incluir estudos de engenharia e de impacto ambiental, e poderá determinar mudanças no traçado e na localização das estações. Somente após a conclusão do projeto básico haverá uma segunda licitação, desta vez para as obras, ainda sem orçamento fechado, segundo o governo. A ideia é agilizar o processo para poder aproveitar o tatuzão com o fim das obras da Linha 4, previsto para o primeiro semestre de 2016.

De acordo com o projeto, que levou em consideração três caminhos diferentes para a Linha 5, o traçado que tem a preferência dos técnicos do estado passaria sob a Rua Jardim Botânico e não causaria impacto no parque. Em Botafogo, o trajeto tomaria o caminho do maciço rochoso abaixo do Morro Dona Marta, na altura do Motel Panda, passando sob os bairros de Laranjeiras e Santa Teresa, chegando ao Centro, nas imediações da estação Carioca.

Além do fechamento temporário da Praça Santos Dumont, o projeto propõe o uso de outras áreas públicas e privadas para os acessos das estações, na Zona Sul e no Centro. No Jardim Botânico, o estudo levou em conta sete opções e a preferência recaiu sobre o terreno do Hospital da Lagoa, onde haveria "utilização da área dos jardins com recomposição". O projeto básico deverá confirmar ou não essa opção, segundo o estado, que em nota informou que "não há qualquer definição quanto à escolha desta área específica".

Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o hospital é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) desde 1992. Seus jardins foram desenhados por Burle Marx. A localização é questionada pela Associação de Moradores do Jardim Botânico, que promete ir à Justiça contra a proposta.

— Há dois meses nos reunimos com a Casa Civil e dissemos que não concordamos com o uso do hospital. No que depender de nós, não vai acontecer — diz o presidente da AMA-JB, Heitor Wegmann.

O estudo diz ainda que "é prevista a ocupação de parte do Jockey Club com um poço de saída de emergência, localizado em frente à entrada principal do Jardim Botânico". E acrescenta que "caberá ao projeto básico o levantamento desta área, de modo a definir ações junto aos proprietários e verificar alternativas, como a utilização da praça da esquina das ruas Pacheco Leão e Jardim Botânico para a saída de emergência". O estudo alerta ainda que "em função da localização da estação Jardim Botânico, outras desapropriações ou comodatos podem ocorrer".

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Tatuzão volta a fazer escavações no Rio de Janeiro

10/11/2014 - O Globo

Após ficar cerca de seis meses fora de atividade, o Tunnel Boring Machine (TBA), conhecido como tatuzão, voltou a fazer escavações na Rua Barão da Torre, em Ipanema, na obra do metrô que ligará o bairro à Barra. De acordo com o Consórcio Linha 4 Sul, a máquina escavou cerca de um metro e, até dezembro, chegará à Praça Nossa Senhora da Paz. O trabalho na região tinha sido parado na madrugada do dia 11 de maio, quando duas crateras se abriram na via, entre os números 132 e 138.

Nesta segunda-feira, um novo buraco surgiu na rua, na calçada da Escola Municipal José Linhares, por volta das 9h, pouco tempo depois de o tatuzão ser religado. A área foi isolada e, segundo o consórcio, "não há qualquer relação entre as obras e o surgimento do buraco na Rua Barão da Torre". Ainda segundo a empresa, "de acordo com informações da Cedae, a origem do problema foi um pequeno vazamento de esgoto numa rede de 150 mm de PVC, causado por uma obstrução de um ramal do prédio que fica em frente ao local onde surgiu o buraco. A tubulação foi desobstruída pela Cedae e o buraco fechado. O vazamento ocorreu próximo ao número 82 e o buraco tinha cerca de 0,5 m de diâmetro. O local da ocorrência está fora da área de influência da escavação do túnel do metrô em Ipanema com o 'Tatuzão'. Os trabalhos seguem em condições normais, conforme planejado".

Também em nota, a Cedae confirmou que "houve um vazamento em ramal predial, causado por obstrução do prédio em frente, que já foi solucionado". O buraco já foi tampado.

Quando o tatuzão entrou em operação, a artista plástica Heliana de Carvalho Brandão, que mora na Rua Barão da Torre, em frente ao local onde o equipamento está posicionado, acordou assustada com a vibração em seu apartamento.

— Olhei para a mesa e o copo de água estava balançando. Como não sabia que o Tatuzão voltaria a operar hoje, desci assustada para avisar que algo errado estava acontecendo. Foi quando me explicaram que ele tinha voltado a escavar. Estou assustada — disse ela.

No edifício 123, moradores colocaram cartazes com pedido de socorro na portaria. De acordo com o engenheiro civil Wady Addum, que vive no prédio, a mensagem é um apelo para que não ocorra nenhum desastre com a retomada das escavações. No mesmo edifício, a moradora Maria Célia, de 80 anos, conseguiu que a empresa colocasse janelas acústicas em seu imóvel para amenizar os barulhos provocados pela obra.

— Ficamos sabendo agora que o Tatuzão voltou a operar. A empresa não tinha dito nada até esta manhã, não está agindo com transparência. Todas as vezes que perguntei no balcão de informações não sabiam responder ao certo — disse o engenheiro.

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Segundo o consórcio, o trabalho segue como o esperado desde o dia 16 de outubro, quando o tatuzão foi religado, sem entrar em atividade. A empresa informou que o tratamento do subsolo da Rua Barão da Torre foi feito com injeções de calda de cimento e o terreno atingiu a coesão anterior ao incidente em maio. A Linha 4 reforçou ainda que foi necessário realizar o rebaixamento do lençol freático para diminuir a pressão da água durante o processo de escavação, e não há risco para as edificações localizadas no entorno da obra. Ainda segundo o consórcio, o rebaixamento na via fez parte do conjunto de serviços adicionais iniciados no dia 9 de outubro, que antecederam a volta a do tatuzão.

De acordo com a área de engenharia do consórcio, o equipamento demorou cerca de um mês para voltar a escavar: "trata-se de medidas como o acionamento dos sistemas elétricos, eletrônicos, mecânicos e hidráulicos do equipamento, além de verificação de sistemas e limpeza manual da câmara da máquina, retirando o material escavado que ali estava. Também foram feitos ajustes e limpeza nos dentes da cabeça de corte do Tatuzão. Somente após a conclusão desses procedimentos é que as escavações puderam ser retomadas."

Sobre as queixas dos moradores, que reclamam da falta de um cronograma, a empresa informou que, após a passagem do tatuzão, a via será devidamente reurbanizada e liberada. Entretanto, a data não foi divulgada.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Linha 4: Pezão participa de última implosão entre São Conrado e Gávea

10/11/2014 - O Dia

Governador afirmou que tatuzão voltou a operar nesta madrugada em Ipanema atendendo às normas de segurança

GABRIEL SABÓIA

Rio - O último trecho que separava os bairros de São Conrado e Gávea no túnel da Linha 4 do Metrô foi implodido na manhã desta segunda-feira. Com a presença do governador Luiz Fernando Pezão, a detonação, sob o Morro Dois Irmãos, ocorreu pouco antes do meio-dia.

A promessa é que a Linha 4 do Metrô (que fará o trajeto entre Barra da Tijuca e Ipanema) esteja funcionando no primeiro semestre de 2016, e transporte mais de 300 mil pessoas por dia.


Pezão participou da detonação do último trecho entre São Conrado e Gávea, sob o Morro Dois Irmãos
Foto:  Bruno de Lima / Agência O Dia

"A Linha 4 do metrô simboliza o sonho de mobilidade da cidade", declarou Pezão, lembrando ainda que o tatuzão - equipamento usado para escavações das obras da Linha 4 em Ipanema - voltou a operar nesta madrugada, porém, em ritmo mais lento que o habitural. A intenção, segundo o governador, é que o túnel no bairro esteja aberto até dezembro.

"O tatuzão está operando em ritmo mais lento por questão de segurança", garantiu o governador. Ao todo, a Linha 4 contará com seis estações: Jardim Oceânico, São Conrado, Gávea, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz. Três delas já estão escavadas: Jardim Oceânico, São Conrado e Nossa Senhora da Paz.

Promessa é de levar metrô até o Recreio

Pezão também agradeceu a parceria com o governo federal, que, de acordo com ele, garantiu o aporte financeiro para obras do metrô que ligarão o Recreio dos Bandeirantes ao Jardim Oceânico e o Estácio à Praça 15.

Morador de Ipanema teme volta do Tatuzão

10/11/2014 - O Dia

Novo buraco por vazamento de esgoto assusta. Governador inaugura túnel do metrô da Gávea a São Conrado

GABRIEL SABÓIA

Rio - O reinício da perfuração do túnel do metrô que ligará as estações General Osório e Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, pelo equipamento conhecido como ‘Tatuzão’, causou apreensão a moradores do bairro nesta segunda-feira. Traumatizados pelas rachaduras em imóveis e o aparecimento de um buraco na Rua Barão da Torre em maio, que levou à paralisação da máquina, muitos deixaram suas casas após o afundamento do solo na Rua Barão da Torre. Mas, de acordo com a Cedae, o buraco nada tem a ver com as obras da Linha 4, que ligará Ipanema à Barra.

Coincidentemente, ao mesmo tempo, o governador Luiz Fernando Pezão, num ato simbólico, acionava os explosivos que tornaram livre a passagem entre os bairros da Gávea e São Conrado. O túnel, sob o Morro Dois Irmãos, faz parte do mesmo empreendimento.


Ontem, no Dois Irmãos, governador acionou explosivos liberando a passagem para a Linha 4 do metrô
Foto:  Bruno de Lima / Agência O Dia

Em seu discurso, Pezão definiu o momento como “um marco na mobilidade do estado” e voltou a prometer que, em seu mandato, iniciará as obras de outras conexões. “Vamos fazer o metrô Gávea-Carioca. Já estamos conversando com a Prefeitura do Rio para fazer o Jardim Oceânico-Recreio, e o Estácio-Praça 15”, disse.

Vazamento abriu buraco

Apesar de não estar relacionado ao trabalho do ‘Tatuzão’, coube a empregados do consórcio Linha 4 isolar a área e tampar o buraco de pouco mais de dois metros de diâmetro. De acordo com a Cedae, a origem foi um pequeno vazamento de esgoto, numa rede de 150 milímetros de PVC, causado pela obstrução de um ramal do prédio em frente ao local.
A ocorrência estaria fora da área de influência do ‘Tatuzão’. Segundo a Linha 4, os trabalhos seguem em condições normais, em ritmo mais lento do que o anterior, por questões de segurança. Até dezembro, o túnel até a Praça Nossa Senhora da Paz deve ser concluído. Por dia, o ‘Tatuzão’ avança até 16 metros embaixo do solo.

Novas estações estão quase prontas

Enquanto o ‘Tatuzão’ esteve parado, as obras continuaram. “A inatividade do maquinário não comprometeu o cronograma das obras. A obra andou em outras frentes. Adiantamos questões estruturais e decorativas das estações, que costumam demandar muito tempo”, explicou o subsecretário da Casa Civil, Rodrigo Vieira.

Nas estações de São Conrado e da Gávea, por exemplo, já se pode notar os espaços reservados aos ladrilhos nas paredes, granitos no piso e estruturas de escadas rolantes. Em cada umas das entradas, mais de 60 mil pessoas devem circular diariamente. “O carioca pode dormir sossegado quanto à conclusão da obra no primeiro semestre de 2016”, disse Vieira.

Após seis meses parado, tatuzão retoma escavações em Ipanema

11/11/2014 - O Globo

Após permanecer parado durante seis meses, o tatuzão retomou ontem as escavações nas obras da Linha 4 do metrô (Jardim Oceânico-General Osório) na Rua Barão da Torre, em Ipanema. De acordo com o Consórcio Linha 4 Sul, a máquina perfurou cerca de um metro, e a previsão é que as escavações até a Praça Nossa Senhora da Paz sejam concluídas até dezembro. As obras no trecho foram paralisadas em 11 de maio, quando duas crateras se abriram entre os prédios 132 e 138.

Por volta das 9h de ontem, pouco tempo depois que o tatuzão foi religado, um buraco surgiu na calçada da Escola Municipal José Linhares. Mas, segundo o Consórcio Linha 4 Sul, o problema não tem qualquer relação com a obra do metrô. Ainda de acordo com os construtores, o estouro de uma manilha provocou um vazamento de água, fazendo com que parte da terra cedesse. A Cedae informou que o vazamento foi causado por uma obstrução num dos prédios da rua. O conserto foi concluído ontem mesmo.

A artista plástica Heliana de Carvalho Brandão, que mora na Rua Barão da Torre em frente ao local onde o tatuzão está posicionado, acordou assustada com a vibração em seu apartamento.

— Como não sabia que o tatuzão voltaria a operar hoje, desci assustada para avisar aos demais que algo errado estava acontecendo. Foi quando me explicaram que o tatuzão tinha voltado a funcionar. Estou assustada — disse ela.

PEZÃO: CRONOGRAMA MANTIDO

No edifício 123, moradores colocaram cartazes com mensagens de S.O.S na portaria. De acordo com o engenheiro civil Wady Addum, que mora no prédio, a mensagem é um apelo para que não ocorra qualquer desastre com a retomada das escavações. No mesmo prédio, a moradora Maria Célia, de 80 anos, conseguiu que a empresa colocasse janelas acústicas em seu imóvel para amenizar o barulho da obra.

— Tudo deveria ser avisado, inclusive a data certa para retomada das escavações.

Segundo o governador Luiz Fernando Pezão, embora a obra tenha ficado parada por seis meses, o governo está tranquilo quanto ao prazo. Ele acrescentou que ela será entregue no primeiro semestre de 2016, a tempo das Olimpíadas.

Segundo o Consórcio Linha 4 Sul, o trabalho segue como o esperado desde 16 de outubro, quando o tatuzão foi religado. A empresa informou que o tratamento do subsolo da Rua Barão da Torre foi feito com injeções de calda de cimento, e o terreno atingiu a coesão anterior ao incidente de maio. A Linha 4 Sul reforçou ainda que foi necessário rebaixar o do lençol freático para diminuir a pressão da água durante o processo de escavação e que não há risco para as edificações no entorno da obra.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Linha 4 do metrô: túneis entre Gávea e São Conrado são conectados

10/11/2014 - Agência Rio

Da Redação

O governador Luiz Fernando Pezão participou da detonação do último pedaço de rocha do túnel de via 2 (sentido Barra) da Linha 4 do Metrô (Barra da Tijuca - Ipanema). Este trecho localizava-se sob o Morro Dois Irmãos e era o único obstáculo que ainda separava os bairros São Conrado e Gávea.

Com o término desta etapa da escavação, os túneis estarão completamente abertos desde a Barra da Tijuca até o bairro da Gávea. Para chegar à Estação Gávea, que está sendo construída sob o estacionamento da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), faltam apenas 215 metros. A previsão é que o túnel chegue à Estação Gávea até fevereiro de 2015.

Com aproximadamente 16 km de extensão, a Linha 4 do Metrô - uma obra do Governo do Estado do Rio de Janeiro - vai transportar, a partir do primeiro semestre de 2016, mais de 300 mil pessoas por dia retirando das ruas cerca de 2 mil veículos por hora/pico. O projeto é o maior legado em transporte que a população do Rio de Janeiro ganhará com os Jogos Olímpicos.

A nova linha entrará em operação no primeiro semestre de 2016, após passar por uma fase de testes. Será possível ir da Barra a Ipanema em 13 minutos e, da Barra ao Centro, em 34 minutos. Os usuários poderão ainda deslocar-se da Pavuna até Barra da Tijuca, pagando apenas uma tarifa.

Andamento da obra da Linha 4

Ao todo, já foram construídos mais de 9.550 metros de túneis entre a Barra da Tijuca e a Gávea. Já foi concluída a instalação dos trilhos nos cinco quilômetros da via 1 do bitúnel entre Barra e São Conrado, por onde os trens vão passar sentido Zona Sul. Os trilhos agora estão sendo instalados na via 2, que segue no sentido Barra.

As estações São Conrado, Nossa Senhora da Paz e Jardim Oceânico estão 100% escavadas. A obra segue em andamento nas demais estações, assim como na ponte estaiada, a primeira para metrô no Rio de Janeiro, que está sendo construída na Barra da Tijuca. O primeiro dos 15 trens da Linha 4 já foi entregue na China e está sendo trazido para o Brasil, com chegada prevista para dezembro.

Estudos de Expansão da Rede Metroviária

O Plano Diretor Metroviário da Região Metropolitana, cujo objetivo é estabelecer novas diretrizes para a expansão da rede metroviária para os próximos governos, também já se encontra em estudos.

Tal iniciativa do Governo do Estado permitirá traçar a rede metroviária para os próximos 30 anos, visto que todos os projetos atualmente previstos já estão em andamento: a Linha 4 (Barra da Tijuca-Ipanema), que está em execução, e a Linha 3, trecho que ligará Niterói a São Gonçalo/Itaboraí, com previsão de início para os próximos meses.

Além destes, o Estado também lançou licitação para o projeto básico e o licenciamento ambiental do trecho que vai ligar a Gávea, na zona sul, à estação Carioca, no centro, denominado Linha 5, e finaliza estudos para licitação de projetos de outros três trajetos, são eles: Jardim Oceânico – Alvorada - Recreio dos Bandeirantes; estação Uruguai – Engenhão e Estácio – Carioca.

MS

Tatuzão volta a fazer escavações em obra do metrô na Rua Barão da Torre, em Ipanema

10//11/2014 - O Globo

Pela manhã, buraco surgiu na via assustando moradores. Segundo a Cedae, problema foi provocado por vazamento

POR ALESSANDRO LO-BIANCO

Buraco se abre na Rua Barão da Torre - Alessandro Lo-Bianco / O Globo

RIO - Após ficar cerca de seis meses fora de atividade, o Tunnel Boring Machine (TBA), conhecido como tatuzão, voltou a fazer escavações na Rua Barão da Torre, em Ipanema, na obra do metrô que ligará o bairro à Barra. De acordo com o Consórcio Linha 4 Sul, a máquina escavou cerca de um metro e, até dezembro, chegará à Praça Nossa Senhora da Paz. O trabalho na região tinha sido parado na madrugada do dia 11 de maio, quando duas crateras se abriram na via, entre os números 132 e 138.

Nesta segunda-feira, um novo buraco surgiu na rua, na calçada da Escola Municipal José Linhares, por volta das 9h, pouco tempo depois de o tatuzão ser religado. A área foi isolada e, segundo o consórcio, "não há qualquer relação entre as obras e o surgimento do buraco na Rua Barão da Torre". Ainda segundo a empresa, "de acordo com informações da Cedae, a origem do problema foi um pequeno vazamento de esgoto numa rede de 150 mm de PVC, causado por uma obstrução de um ramal do prédio que fica em frente ao local onde surgiu o buraco. A tubulação foi desobstruída pela Cedae e o buraco fechado. O vazamento ocorreu próximo ao número 82 e o buraco tinha cerca de 0,5 m de diâmetro. O local da ocorrência está fora da área de influência da escavação do túnel do metrô em Ipanema com o 'Tatuzão'. Os trabalhos seguem em condições normais, conforme planejado".

Também em nota, a Cedae confirmou que "houve um vazamento em ramal predial, causado por obstrução do prédio em frente, que já foi solucionado". O buraco já foi tampado.


Cones isolam área na Rua Barão da Torre onde surgiu buraco - Eduardo Naddar / Agência O Globo
Quando o tatuzão entrou em operação, a artista plástica Heliana de Carvalho Brandão, que mora na Rua Barão da Torre, em frente ao local onde o equipamento está posicionado, acordou assustada com a vibração em seu apartamento.

— Olhei para a mesa e o copo de água estava balançando. Como não sabia que o Tatuzão voltaria a operar hoje, desci assustada para avisar que algo errado estava acontecendo. Foi quando me explicaram que ele tinha voltado a escavar. Estou assustada — disse ela.

No edifício 123, moradores colocaram cartazes com pedido de socorro na portaria. De acordo com o engenheiro civil Wady Addum, que vive no prédio, a mensagem é um apelo para que não ocorra nenhum desastre com a retomada das escavações. No mesmo edifício, a moradora Maria Célia, de 80 anos, conseguiu que a empresa colocasse janelas acústicas em seu imóvel para amenizar os barulhos provocados pela obra.

— Ficamos sabendo agora que o Tatuzão voltou a operar. A empresa não tinha dito nada até esta manhã, não está agindo com transparência. Todas as vezes que perguntei no balcão de informações não sabiam responder ao certo — disse o engenheiro.

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Segundo o consórcio, o trabalho segue como o esperado desde o dia 16 de outubro, quando o tatuzão foi religado, sem entrar em atividade. A empresa informou que o tratamento do subsolo da Rua Barão da Torre foi feito com injeções de calda de cimento e o terreno atingiu a coesão anterior ao incidente em maio. A Linha 4 reforçou ainda que foi necessário realizar o rebaixamento do lençol freático para diminuir a pressão da água durante o processo de escavação, e não há risco para as edificações localizadas no entorno da obra. Ainda segundo o consórcio, o rebaixamento na via fez parte do conjunto de serviços adicionais iniciados no dia 9 de outubro, que antecederam a volta a do tatuzão.

De acordo com a área de engenharia do consórcio, o equipamento demorou cerca de um mês para voltar a escavar: "trata-se de medidas como o acionamento dos sistemas elétricos, eletrônicos, mecânicos e hidráulicos do equipamento, além de verificação de sistemas e limpeza manual da câmara da máquina, retirando o material escavado que ali estava. Também foram feitos ajustes e limpeza nos dentes da cabeça de corte do Tatuzão. Somente após a conclusão desses procedimentos é que as escavações puderam ser retomadas."

Sobre as queixas dos moradores, que reclamam da falta de um cronograma, a empresa informou que, após a passagem do tatuzão, a via será devidamente reurbanizada e liberada. Entretanto, a data não foi divulgada.

Túneis do metrô unem bairros da Gávea e Barra da Tijuca

10/11/2014 - Agência Brasil

Os últimos metros de rocha que separavam os dois segmentos do túnel da Linha 4 do metrô do Rio de Janeiro, no trecho que liga São Conrado à Gávea, na zona sul, foram removidos ao meio-dia de hoje (10). Para ligar os dois trechos entre a Barra da Tijuca e a Gávea, com 8 quilômetros de extensão, foram utilizados 250 quilos de explosivos.

O equipamento que perfura o solo, conhecido como tatuzão, também voltou a funcionar hoje para agilizar as obras. Ele é utilizado na obra de escavação da Linha 4 do metrô, e estava parado há seis meses, desde que ocorreu o afundamento de solo em Ipanema, na zona sul da capital fluminense.

O governador Luiz Fernando Pezão, disse na ocasião que até as Olimpíadas de 2016 a Linha 4 do metrô estará funcionando. "Dá tempo. Está tudo no cronograma. A gente vai entregar e vai ocorrer tudo bem. Está tudo dentro das previsões. Era prevista uma mudança de solo, que sempre traz algum problema, mas isso estava dentro de tudo o que foi estabelecido, e o consórcio garante que a gente vai ter o metrô nas Olimpíadas", ressaltou.

Pezão disse ainda que pretende levar o metrô para outros bairros. Segundo o governador, o prefeito Eduardo Paes deve entrar em parceria com o governo para ligar o metrô de Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, até o Recreio dos Bandeirantes. Outros ramais devem ligar também o metrô da Rua Uruguai, na Tijuca, ao bairro do Méier; e a Estação Estácio à Praça XV.

"Nessas três linhas, nós estamos terminando o termo de referência, e vamos levar ao mercado também para fazer o processo de licitação. A gente quer dar muito trabalho ao tatuzão, e eu acho que a gente não pode perder essa oportunidade de continuar, já que a gente tem essa máquina aqui", avaliou.

De acordo com o governador, o funcionamento do metrô vai beneficiar o trabalhador, que vai poder entrar no metrô na Estação da Pavuna, com o bilhete único, e sair no Recreio dos Bandeirantes, para trabalhar ou até mesmo para o seu lazer, com um transporte de alta qualidade para a população.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Metrô na Lagoa

07/11/2014 - O Globo


Veja como será o acesso ao metrô que será construído no canteiro central da Av. Epitácio Pessoa, na altura do Parque do Cantagalo, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Vai ficar pronto em 2016.

Por meio dele, o passageiro chegará à estação General Osório, na vizinha Ipanema. Os canteiros de obras, inclusive, começam a ser montados hoje.

Esta entrada do metrô não estava prevista. Acontece que, para atender a normas técnicas e de segurança, é preciso fazer um túnel de ventilação e saída de emergência para as novas plataformas de embarque e desembarque que estão sendo construídas na estação General Osório.

Daí, o governo decidiu aproveitar a obra, transformando o espaço em acesso.

O túnel, ligando a entrada na Lagoa à estação em Ipanema, terá 480 metros de extensão e será equipado com esteiras rolantes. Vamos torcer, vamos cobrar.

domingo, 2 de novembro de 2014

Prazo do governo do Rio para novas linhas do metrô fica apertado

02/11/2014 - O Dia - RJ

Rio - Se quiser entregar alguns dos projetos de metrô que prometeu tirar do papel em seu próximo mandato, como a Linha 3, a extensão da Linha 4 da Barra ao Recreio e a Linha 5 (Gávea-Carioca), o governador Luiz Fernando Pezão terá de correr contra o tempo. O primeiro, que prevê ligar Niterói a São Gonçalo, está com a publicação do edital de licitação das obras, prevista inicialmente para 15 de agosto, atrasada há quase três meses.

O plano do governante é inaugurar as operações até 2018, mas o prazo está apertado porque a previsão para conclusão das obras do primeiro trecho a funcionar é de quatro anos. De acordo com a Secretaria Estadual de Obras, o edital da Linha 3 está em fase de conclusão e a expectativa é de que seja publicado ainda este ano. Após a publicação, no entanto, ainda terá de ficar aberto para consulta pública por 30 dias. Só então a licitação poderá ocorrer de fato. A justificativa do órgão para o atraso é de que se trata de um documento complexo, diferente dos padrões exigidos para outras obras.

"Neste caso, envolve uma concessão, com construção, manutenção, operação etc, já que será uma parceria público-privada", explicou a Secretaria em nota, informando o prazo de 5 anos e 2 meses para a entrega e o funcionamento integral das 14 estações previstas ao longo dos 22 quilômetros de monotrilho elevado, desde a estação Arariboia, em Niterói, até Guaxindiba, em São Gonçalo. Com investimentos estimados em R$ 3 bilhões, a implantação da Linha 3 contará com recursos dos governos federal (49%) e estadual (51%) e deve transportar cerca de 350 mil passageiros por dia em 40 minutos de viagem. O mesmo trajeto é feito em até duas horas nos horários de pico.

O governo ainda prevê a expansão da Linha 3 até Itaboraí, com o objetivo de atender às demandas que serão originadas pela entrada em operação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), prevista para agosto de 2016. Entretanto, ainda não há prazo para esse trecho sair do papel.

O secretário de Planejamento e Projetos Especiais de São Gonçalo, Arthur Belmont, afirmou que a prefeitura tem cobrado de Pezão o cumprimento dos prazos. "O prefeito Neilton Mulim esteve em reunião com o governador e a última informação era que o edital ia sair em setembro, o que não aconteceu. Para o município, é uma situação desconfortável, porque não podemos dar celeridade ao processo", disse.

Entre os três novos trechos de metrô que Pezão prometeu tirar do papel, após a reeleição, a Linha 3 é a única cuja licitação para a construção já está sendo preparada. A Linha 5, da Gávea à Carioca, teve a concorrência para a elaboração do projeto básico, mas o prazo para conclusão do documento é de um ano e, só então, a obra poderá ser licitada. O trecho Barra-Recreio ainda nem teve o projeto básico contratado. A previsão é de que a concorrência ocorra até o fim do ano.

Remoções para dar espaço à Linha 3 já começaram em São Gonçalo

Para viabilizar a passagem dos trilhos da Linha 3, 141 casas localizadas junto à antiga linha férrea de São Gonçalo, no bairro Jardim Catarina, já foram demolidas. Segundo o secretário de Planejamento e e Projetos Espaciais, Alberto Belmont, o bairro Santa Luzia também sofrerá remoções. O número de retiradas futuras, no entanto, não foi informado.

De acordo com a prefeitura, 328 famílias já foram cadastradas no programa Minha Casa, Minha Vida, levando em consideração que alguns imóveis abrigavam mais de uma. Dessas, 180 já receberam imóveis em dois condomínios no bairro do Mundel. Outras 68 famílias já assinaram contrato com a Caixa Econômica e serão beneficiadas através do programa com apartamentos no Parque dos Sabiás, no Jóquei. As demais 80 famílias continuam aguardando a conclusão de outros empreendimentos.

Ainda na área de mobilidade, a prefeitura de São Gonçalo prevê abrir, na próxima semana, o processo licitatório para escolher a empresa responsável pelo estudo do projeto de construção de um BRT para ligar os bairros Santa Izabel e Gradim, cruzando todo o município, e de uma ciclovia, que começará em Neves e seguirá o traçado da Linha 3 do metrô até Guaxindiba.

O município foi contemplado com R$ 9 milhões do governo federal para a fase de estudos e conta com reserva de R$ 380 milhões para as obras, que devem começar em meados de 2015 e ser entregues em 2017, segundo a prefeitura. O BRT vai acolher 200 mil passageiros por dia.

Especialistas apontam as prioridades

O professor de Engenharia de Transportes Alexandre Rojas, da Uerj, diz que todos os três projetos de metrô são importantes, mas classifica a Linha 3, de Niterói até Itaboraí, como prioritária. "Na Barra já tem BRT, que é transporte de massa. São Gonçalo não tem nada. O Comperj, em Itaboraí, vai demandar uma movimentação de mais de 20 mil trabalhadores. É urgente um transporte de massa até lá", analisa.

Já Eva Vider, mestre em Engenharia do Transporte da UFRJ, defende a urgência da extensão da Linha 4. "A ligação do terminal Alvorada com o metrô no Jardim Oceânico é um compromisso olímpico estabelecido com o COI (Comitê Olímpico Internacional), por isso precisa ser cumprido antes de 2016. É importantíssimo que o metrô vá até o Recreio imediatamente, mas o projeto já deveria ter ido até o Alvorada há muito tempo para não ter tido a necessidade de extensão do BRT (da Alvorada até o Jardim Oceânico, que está em construção)", diz Vider.

Outro trecho do metrô que é considerado prioritário é a ligação Estácio-Carioca-Praça 15. "É uma obra importante para a Linha 2 não depender da Linha 1 e já tem a maior parte do túnel perfurado", lembrou Rojas.