quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Obras da Estação Jardim Oceânico avançam para a fase concretagem

Operários constroem as plataformas do futuro terminal, que fará parte da Linha 4 do metrô

POR STÉFANO SALLES

08/10/2014 - O Globo


Obras da Estação Jardim Oceânico estão na fase de concretagem - Agência O Globo / Angelo Antônio Duarte

RIO - Com o fim da fase de escavações, a futura estação Jardim Oceânico do metrô começa a tomar forma, graças ao andamento da etapa de armação e concretagem, que conclui a obra bruta. Em seguida, começam as fases de acabamento e ladrilhagem, as últimas antes do início dos testes com os novos trens, previstos para abril de 2016, tornando mais próximo o sonho da chegada à Barra da Tijuca pelos trilhos. Cerca de 850 operários trabalham em três turnos para entregar a obra pronta a tempo para a disputa dos Jogos Olímpicos, que terão a maior parte de suas competições concentrada na região. A previsão é que as seis paradas da Linha 4 entrem em operação simultaneamente.

Neste momento, os operários trabalham na construção das duas plataformas da estação e no revestimento das paredes erguidas em meio ao areal. O projeto de extensão do BRT Transoeste até o Jardim Oceânico, para integração ao metrô, incluía a construção de um terminal rodoviário, mas os moradores do Jardim Oceânico rejeitaram a ideia e o plano foi modificado. Ficou decidido que o corredor expresso terá apenas uma estação integrada ao metrô e um retorno na área, para acesso ao Terminal Alvorada. O presidente da Câmara Comunitária da Barra da Tijuca (CCBT), Delair Dumbrosck, celebra a alteração.

— Esta mudança foi uma revindicação da CCBT, porque os moradores do Jardim Oceânico não queriam esse terminal por lá. Mas uma estação do BRT vai facilitar a vida de todos — afirma.

Presidente da Associação de Moradores do Jardim Oceânico e Tijucamar (Amar-Jardim Oceânico), Luiz Igrejas também está satisfeito:

— O metrô precisa chegar até o Terminal Rodoviário Alvorada, porque é de lá que partem os ônibus para as demais regiões da Barra da Tijuca e do Recreio. Aliás, o ideal será que ele chegue até o Recreio o quanto antes.

Para que as obras avancem por baixo da terra, o Consórcio Construtor Rio Barra (CCRB) precisa superar um obstáculo que se acumula no subsolo: a água. O lençol freático da região está localizado a apenas dois metros de profundidade, o que obriga os operários a utilizarem 400 bombas de sucção, ligadas 24 horas por dia. A água retirada do solo é reaproveitada na própria obra.

A RioTrilhos prevê que o trecho beneficie cerca de 300 mil pessoas por dia. Cerca de 91 mil delas devem circular diariamente pela estação terminal Jardim Oceânico, em um projeto que contempla planos de expansão, com a construção um rabicho de 350 metros. A medida permitirá futuras ampliações do traçado sem que a estação precise ser fechada, como aconteceu com a Estação General Osório, em Ipanema, que ficou dez meses fora de operações por causa das obras da Linha 4.

DOIS ACESSOS E INTEGRAÇÃO COM O BRT

A estação Jardim Oceânico ficará no subsolo da Avenida Armando Lombardi e terá dois acessos, já construídos e interligados às plataformas de embarque e desembarque. Um deles fica na pista sentido Recreio, entre a Unimed e a antiga loja da Drogasmil, enquanto o outro está no sentido Zona Sul, próximo à Rua Fernando de Matos. Há ainda um acesso próprio para usuários do BRT, com escadas rolantes e elevador que vão levar diretamente ao mezanino.

A área externa da estação está integrada ao projeto paisagístico da via, com um telhado verde que permitirá a entrada de luz natural e aberturas que facilitarão a circulação de ar, destaca o arquiteto Heitor Lopes de Souza Júnior, diretor de engenharia da RioTrilhos:

— A localização foi o primeiro aspecto no qual pensamos para o projeto da estação. Com ele, vamos poder economizar energia elétrica durante o dia, quando teremos menor quantidade de luzes acesas.

Para atender aos dois sentidos do novo trecho do metrô, foram encomendados 15 novos trens, fabricados na China. O primeiro ficou pronto em agosto e chegará ao Rio em novembro. Em dezembro, ele começará a ser testado nas linhas 1 e 2. A previsão é que as demais composições sejam testadas até o meio do ano que vem. Todos os veículos têm câmeras no interior de cada vagão. Elas vão transmitir imagens para a cabine do maquinista e para o centro de controle de tráfego da concessionária Metrô Rio, com o objetivo de garantir a segurança dos passageiros. O início dos testes finais, nos trilhos da Linha 4, está previsto para abril de 2016.

Com o novo serviço, o governo do estado estima que serão retirados das ruas até dois mil veículos por hora, nos horários de pico. O projeto prevê que será possível ir da Barra à Ipanema em 15 minutos, e, até o Centro, em 34.

Para chegar até a Barra, os trens sairão da General Osório e passarão pelas estações Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alah, Antero de Quental, Gávea e São Conrado. Ao todo, serão 16km de percurso. Cinco deles, em rocha, separam Barra e São Conrado. Neste trecho, aberto por detanação de explosivos, foi construído o maior bitúnel do mundo, com 5km, que liga as duas estações. No sentido Barra, já foram instalados 3,9km de trilhos.

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