04/01/2011 - O Globo - Ediane Merola
RIO - O governador Sérgio Cabral solicitou à Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes (Agetransp) que tome providências e multe a concessionária Metrô Rio, por não cumprimento do contrato para a compra de novos trens. Pelo acordo, assinado em dezembro de 2007, as composições deveriam ter chegado em agosto do ano passado, sob pena de pagamento de R$ 350 mil, pelo primeiro mês de atraso, e de R$ 500 mil nos meses seguintes. O ofício foi enviado no dia 20 de dezembro à Agetransp. A agência abriu um processo regulatório, que está em fase de instrução e será julgado nas próximas sessões.
De acordo com a concessionária Metrô Rio, a compra de 114 novos carros para o metrô carioca foi formalizada em junho de 2009. Os novos trens só começam a chegar no final de 2011. Com o investimento, a previsão é que a frota aumente 63%.Novos trens terão sistema de refrigeração reforçado
No entanto, segundo o senador Régis Fichtner, que era chefe da Casa Civil na época e participou da assinatura do contrato em 2007, afirma que a concessionária se comprometeu a fazer a entrega em agosto de 2010.
- Se eles fizeram contrato com a empresa fornecedora para a entrega dos trens no fim de 2011, isso não é culpa nossa. Eles só fizeram a compra em 2009. Levaram dois anos para isso, desde a assinatura do contrato com o estado. Agora, o governador solicitou que a Agetransp multe a concessionária. É a agência que vai decidir o valor - disse Régis, que nos próximos dias reassumirá a chefia da Casa Civil.
De acordo com o senador, o atraso na entrega das composições contribui para o sucateamento do sistema. Frequentemente, os passageiros do metrô têm sido surpreendidos por atrasos e vagões superlotados. A Metrô Rio informou que está aguardando o pedido de informações da Agetransp para enviar os dados do contrato.
Segundo a concessionária, os novos carros, que começam a chegar no fim do ano, terão sistema de ar-condicionado reforçado. A compra dos novos trens faz parte de um pacote de investimentos de R$ 1,15 bilhão, assumido pela concessionária a partir da renovação do contrato com o estado, em dezembro de 2007. Até então, o papel contratual da concessionária se restringia à operação e à manutenção das linhas 1 e 2.
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